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15/11/2019

Montando e planejando sua adega

Apreciar um bom vinho é um ato muito prazeroso e saudável, e é cada vez mais adotado também pelos brasileiros.
É um excelente motivo para reunir os amigos acompanhado de uma boa comida, e muitas conversas sobre os rótulos, uvas etc...
Esta paixão é crescente e com ela muitos se deparam então com a necessidade de armazenar adequadamente as suas garrafas. 
Quando alguém me aborda sobre este assunto, a primeira colocação que faço é a necessidade de antes de tudo, definir seu perfil de consumo.
Isto é necessário até para que você possa dimensionar o tamanho da adega que você precisa e fazer o planejamento do seu conteúdo.
Você poderá começar com um armário climatizado (existem várias marcas disponíveis no Brasil) para 40 até 200 garrafas, ou construir uma sala climatizada para 2.000 (ou muito mais) garrafas, mas se não planejar corretamente poderá ter vários prejuízos.
Primeiro é importante lembrar que todos os vinhos se beneficiam por estar bem armazenados e climatizados. Os grandes vinhos, chamados vinhos de guarda, como os Grand Crus de Bordeaux, os grandes Brunellos ou Barolos etc.. sempre precisam de alguns anos para atingir o seu melhor ponto para consumo, ou seja, eles melhoram 
(evoluem) com o envelhecimento.
Os vinhos mais simples, para o dia- a- dia, na maioria das vezes não se beneficiam do tempo e nem mesmo devem ser guardados por muitos anos. Mas ambos se beneficiam por estarem bem armazenados e na temperatura correta, próximo à temperatura de serviço.
 
Se você é do tipo que compra vinhos jovens e prontos para beber (normalmente os vinhos do novo mundo) talvez a sua adega possa ser um armário climatizado para 40 garrafas.
Nunca recomendo menos do que isto, pois se você aproveitar uma promoção etc..., logo irá faltar espaço.
Lembro novamente, que vinhos mais simples não devem ser guardados por muito tempo 
(2 a 3 anos).
 
Agora se você se já é aquele consumidor que aprecia os grandes vinhos e seu orçamento lhe permite comprar grandes Bordeaux nas safras super premiadas, e logo quando chegam ao mercado (o que é bem mais barato), certamente você precisa de uma adega maior para pelo menos 200 garrafas, pois estes vinhos terão de ser esquecidos por 10 anos ou mais, e neste caso você precisa de (muito) espaço.
 
Se você não decidir corretamente no início terá de comprar uma adega adicional no futuro, ou vendê-la e construir ou comprar uma nova.
Uma boa adega deve manter uma temperatura entre 14 e 16º c, o que permite ao vinho uma boa evolução e fica próxima a temperatura de serviço dos tintos. Os vinhos brancos também evoluem bem nestas condições, e ao retirá-lo da adega, um balde de água e gelo os colocam rapidamente na temperatura de serviço. 
 
Controlar a umidade é de suma importância.
A adega nunca deve ficar abaixo de 60% de umidade relativa, que pode ressecar as rolhas que poderão apresentar fissuras deixando o líquido sair e o ar entrar, oxidando assim os vinhos.
Umidades acima de 80% proporcionam a criação de fungos que estragarão os rótulos e a adega ficará com um aspecto nada bonito, além de odores indesejáveis.
 
Se a sua opção for construir um ambiente (tipo sala) para mais de 1.000 garrafas, existem hoje várias empresas especializadas e profissionais (arquitetos, decoradores) que podem auxiliá-lo muito e evitar surpresas desagradáveis no futuro. 
Neste caso deve-se dar muita atenção a isolação térmica do ambiente antes da climatização que é obrigatória, pois não é possível no Brasil se construir uma adega passiva (sem a ajuda de aparelhos climatizadores), que mantenha constantemente uma baixa temperatura ao longo do ano.
Outro cuidado extremamente importante, no caso de construções é com a infiltração de água, pois às vezes as adegas são escavadas abaixo do solo, é muito comum este tipo de surpresa.
 
Com a capacidade da adega definida, chegou o momento de máximo prazer: vamos enche-la de garrafas maravilhosas !
Mas é neste exato momento que precisamos ser bastante cuidadosos. Normalmente nesta fase estamos muito ansiosos e como, para chegar até aqui, você já se tornou um apaixonado, o risco de sair comprando de tudo é grande.
Vamos lá , muita calma nesta hora. É importante que você defina o seu padrão de consumo e de recepções. Lembre-se, que você pode não gostar de determinados tipos de vinhos, mas seus convidados sim.
 
Minhas recomendações são:
1) Espumantes – para mim imprescindíveis. Você deve ter algumas poucas garrafas de um espumante de bom custo beneficio, como Prossecos, Cavas ou bons Espumantes Nacionais e claro pelo menos 1 ou 2 garrafas de Champagne, para ocasiões especiais , pois  surpresas acontecem e poderemos ter um momento de comemoração inesperado.
O espumante é fundamental para iniciar qualquer recepção ou jantar, mas lembre-se, nunca estoque muito, pois estes devem ser bebidos frescos e jovens, exceto os grandes champagnes que podem mesmo até evoluir com o tempo.
 
2) Brancos – fundamental tê-los, mas sempre poucas garrafas.  Há situações onde o branco é insubstituível e fica mesmo maravilhoso com alguns pratos. Mas aqui novamente a ressalva, salvo alguns grandes brancos Franceses (Borgonha, Bordeaux e Alsacia), estes devem ser tomados sempre jovens. Portanto, se você está começando ou não é um grande apreciador de brancos, tenha em sua adega um pequeno sortimento de bons brancos, e procure variar as castas.
Repito, nunca tenha muitos vinhos brancos em sua adega, a menos que seu consumo semanal ou mensal seja razoável, pois em geral estes vinhos devem ser consumidos em 2 ou 3 anos no maximo.  Uma vez em sua adega, controle sempre as safras, deixando as mais antigas a vista para serem bebidos primeiro.
 
3) Tintos – bem aqui a situação também varia muito dependendo do perfil do consumidor. Mas novamente, se você esta começando, talvez ainda não seja aquele tipo de colecionador de Grand Crus de Bordeaux, onde a quantidade poderia ser ilimitada, até porque estes vinhos evoluem com os anos.
De acordo com o seu perfil de consumo, aproveite os lançamentos das novas safras e compre os vinhos eu você mais gosta.  Com raras exceções, não recomendo comprar caixas de vinho, especialmente vinhos mais simples e que você ainda não provou.  
 
Uma das melhores coisas do mundo do vinho é que existem milhares e milhares de rótulos vindos de diversas partes do planeta e é um grande prazer poder variar e ir experimentando de tudo, até você definir o seu paladar, ou seja, definir o tipo de vinho que você mais gosta. Assim, sugiro sempre comprar inicialmente 2 ou 3 garrafas de um mesmo rotulo, pois se comprar muito do mesmo vinho poderá enjoar, além da frustração de não poder variar, e em se tratando de vinhos jovens e simples, poderá perdê-los antes de abrir a garrafa.
É claro que você precisa ter os vinhos do dia a dia, mas única razão para estarem na adega é deixá-los prontos para o consumo, na temperatura correta, pois estes devem ser consumidos logo.
Minha recomendação inicial para os tintos é: seja eclético. Procure ir experimentando de tudo e tenho certeza sempre terá surpresas agradáveis.
Minha lista de tintos para inciar uma adega teria o seguinte:
 
Tintos leves - alguns Pinot Noir do Novo Mundo, ou da Borgonha se possível. E da Itália um bom Barbera. Estes sempre em pequena quantidade, fundamental para pratos mais leves e dias mais quentes. 
 
Tintos Encorpados – Aqui sugiro os melhores custo/benefício do novo mundo.
 
Tintos Clássicos – é claro que em toda a boa adega não pode faltar preciosidades, aqueles vinhos mais raros e que guardamos para uma ocasião especial, ou até porque eles precisam de alguns anos para evoluir. Neste item, a quantidade de garrafas fica limitada ao seu orçamento (e é claro ao tamanho da adega). 
 
Alguns grandes clássicos que não podem faltar na sua adega seriam: Grand Crus de Bordeaux, Brunellos, Barolos. Aqui depende muito do seu paladar e do seu bolso.
 
Lembre-se, não importa o seu padrão de consumo, é fundamental que você controle o seu estoque e especialmente as safras dos vinhos, para que não comece a perder vinhos pela oxidação etc...
Você pode desde ter um simples caderno ou uma planilha em seu computador para controlar isto. O importante é ter registrado os dados importantes de cada garrafa: quantidade, safra, valor pago, onde comprou e sugestão de melhor ano para consumo.
Existem hoje no mercado vários aplicativos para gestão de adega, que ao apertar de uma tecla lhe dão a recomendação do que deve ser consumido primeiro.
Para terminar, não deixe de ter em sua adega algum vinho de sobremesa. Os Vinhos do Porto são fáceis de armazenar, pois evoluem muito bem com o tempo e são muito versáteis. Mas recomendo também algum Late Harvest e Sauternes:
Bem, isto é só um começo com algumas dicas. À medida que for experimentando, você poderá ir ajustando a sua adega de acordo com o seu paladar.
 
Tenha uma feliz e prazerosa experiência!
 
Saúde!