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18/06/2021

O Chile e a uva Carmènére.

Assim como nos demais países do Novo Mundo, as castas francesas foram trazidas para o Chile no inicio do século XIX, incluindo a Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Cabernet Franc e a então “tímida” Carménère, muito utilizada em Bordeaux para cortes (ou assemblage) com outras uvas.

 

Em 1860, os vinhedos franceses foram dizimados por uma praga devastadora, chamada “filoxera”, que ataca somente raízes nobres (vitis vinífera).

Descobriu-se então que esta praga não atacaria raízes americanas e assim a França reiniciou o replantio de seus vinhedos, enxertando as vinhas nobres nestas raízes.

Este processo fez renascer os principais vinhedos e castas na França, mas a Carménère não vingou, tendo sido declarada como extinta.

 

Após a queda de Pinochet, em meados dos anos 80 e com o retorno da democracia e estabilidade muitos produtores internacionais iniciaram seus investimentos no Chile, que devido as suas condições climáticas muito favoráveis, era ideal para elaboração de vinhos de forma econômica e boa qualidade.

 

Os resultados destas iniciativas foram surpreendentes e o Chile tornou-se conhecido pelos seus vinhos de bom custo-benéficio.

Devido às condições de clima e solo muito favoráveis as uvas francesas se desenvolveram muito bem e, pelo que se sabe, a filoxera que destruiu muitos vinhedos na Europa, não consegue se desenvolver no Chile.

 

E neste ambiente tão abençoado, a Carménère se desenvolveu de forma espetacular e ao longo dos anos foi confundida e vinificada como Merlot.

 

Em 1994 o enólogo Frances Jean Michel Boursiquot apresentou um estudo identificando a Carménère e posteriormente testes de DNA comprovaram sua tese.

A partir de então a Carménère recuperou seu verdadeiro nome e se tornou a uva emblemática do Chile, já que estava extinta no restante do planeta.

 

Diferentemente do que se conseguia na França, onde era usada predominantemente para cortes, o Chile produz varietais (100% produzidos com esta uva) espetaculares com esta uva, muito estruturados, com toques vegetais e especiarias. Ideal para acompanhar carnes fortes como cordeiro, massas com molhos condimentados e queijos tipo parmesão.

 

A Carménère não é uma uva de fácil vinificação, pois precisa ser colhida no seu ponto ideal de maturação para não se tornar excessivamente herbáceo ou alcoólico.

 

A uva Carmènére também é hoje muito utilizada em cortes, e grandes vinhos chilenos, como o Almaviva, a utiliza cada vez mais.

 

Enfim a lista dos Carménère é felizmente longa, e esta casta que teve suas originais na França é hoje tipicamente chilena.

 

Os melhores podem apresentar na boca notas de chocolate. Ideal para acompanhar carnes fortes como cordeiro, massas com molhos condimentados e queijos tipo parmesão.

 

Vale lembrar que esta revolução da Carménère, é uma história ainda muito recente, ou seja, a natureza certamente ainda nos reserva outras maravilhas para este mágico mundo dos vinhos.

 

Saúde!